
Em A Dívida, seguimos uma missão levada a cabo na Alemanha em 1966 por três agentes da Mossad: Rachel Singer, Stephan Gold e David Peretz. O objectivo era capturar o criminoso nazi Dierter Vogel (conhecido como o Cirurgião Bierknau) que mutilava, matava e desfigurava judeus. A missão corre bem até ao momento em que capturam o criminoso, a certa altura o trio de agentes é obrigado a fazer um pacto que nunca deverá ser revelado. A (alegada) audácia destes agentes foi reconhecida e venerada pela nação israelita durante 30 anos. Em 1997, no dia em que a filha de dois dos agentes lança um livro onde estão presentes a versão dos factos segundo os seus pais, surgem revelações que poderão mudar a versão dos acontecimentos. Perante estas revelações, inicia-se a segunda parte do thriller onde Rachel Singer desta vez só tenta fazer aquilo que em 1966 deveria ter sido feito.
O filme começa em 1997 na apresentação do livro e inicialmente temos acesso a uma versão da história que não é a verdadeira. Quando somos confrontados com a verdadeira versão dos acontecimentos através de memórias, ficamos a entender o porquê de algumas coisas (funcionando o factor surpresa na perfeição). A ligação temporal, ou melhor, a distorção da ordem cronológica valoriza em muito o filme. Rachel Singer (em 1966) é interpretada por Jessica Chastain e por Helene Mirren (em 1997). Mas, se Helen Mirren já não tem nada a provar porque já o faz e bem, Jessica Chastain tem e provou a sua versatilidade. A actriz alternou entre fragilidade de uma judaica e a força de uma agente extraordinariamente. Helen Mirren provou aquilo que já todos sabemos. O final do filme não é claro, o que nos faz divagar sobre o que poderá ter acontecido.
R.Z.M.
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