A Dívida é um thriller de espionagem contado em dois tempos distintos, com um espaço de 30 anos entre eles. Realizado por John Madden (Shakspear in love), este filme conta com Helen Mirren, Jessica Chastain, Sam Worthington e Tom Wilkinson nos principais papéis.
Em A Dívida, seguimos uma missão levada a cabo na Alemanha em 1966 por três agentes da Mossad: Rachel Singer, Stephan Gold e David Peretz. O objectivo era capturar o criminoso nazi Dierter Vogel (conhecido como o Cirurgião Bierknau) que mutilava, matava e desfigurava judeus. A missão corre bem até ao momento em que capturam o criminoso, a certa altura o trio de agentes é obrigado a fazer um pacto que nunca deverá ser revelado. A (alegada) audácia destes agentes foi reconhecida e venerada pela nação israelita durante 30 anos. Em 1997, no dia em que a filha de dois dos agentes lança um livro onde estão presentes a versão dos factos segundo os seus pais, surgem revelações que poderão mudar a versão dos acontecimentos. Perante estas revelações, inicia-se a segunda parte do thriller onde Rachel Singer desta vez só tenta fazer aquilo que em 1966 deveria ter sido feito.
O filme começa em 1997 na apresentação do livro e inicialmente temos acesso a uma versão da história que não é a verdadeira. Quando somos confrontados com a verdadeira versão dos acontecimentos através de memórias, ficamos a entender o porquê de algumas coisas (funcionando o factor surpresa na perfeição). A ligação temporal, ou melhor, a distorção da ordem cronológica valoriza em muito o filme. Rachel Singer (em 1966) é interpretada por Jessica Chastain e por Helene Mirren (em 1997). Mas, se Helen Mirren já não tem nada a provar porque já o faz e bem, Jessica Chastain tem e provou a sua versatilidade. A actriz alternou entre fragilidade de uma judaica e a força de uma agente extraordinariamente. Helen Mirren provou aquilo que já todos sabemos. O final do filme não é claro, o que nos faz divagar sobre o que poderá ter acontecido.
R.Z.M.
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